segunda-feira, 23 de abril de 2007

Anúncio:



Avisa-se a todos interessados que este cantinho estará encerrado para obras, remodelações, arranjos, melhoramentos, restauros e reparações profundas durante uma semana ;)
Na próxima temporada prevê-se um regresso às tendências para a parvoíce e para os comentários sobre coisas que não interessam a ninguém.
Qualquer coisa deixar recado na recepção ou recorrer a outros métodos comunicacionais também eles de eficácia comprovada. Até já.


sábado, 21 de abril de 2007


Ei-lo:
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terça-feira, 17 de abril de 2007

Tropeçar nas memórias

Ahahahahah a vida às vezes prega partidas estranhas. Tropeça-se no passado sem se dar por isso. Anyway não deixa de ter a sua graça. Um pouco a graça do rir para não chorar. Ainda assim, (as usual) ele tem razão "Nada se pierde. Todo se transforma". Resta saber em quê e porquê e quando e como e por aí fora numa obscuridade que às vezes dura mais de 12 segundos e outras uma vida inteira.

http://www.youtube.com/watch?v=29FxjvILyuU

http://www.youtube.com/watch?v=-6HgjrmBgwM&NR=1

No centro de saúde ....

"Eu - Boa tarde. preciso de uma consulta de urgência, por favor.
A senhora que está atrás do balcão - Cartão

....... ( 2 minutos depois)
A senhora que está atrás do balcão - São $&%$/ euros
Eu - Desculpe... quanto ?
A senhora que está atrás do balcão - DOIS EUROS E DEZ!!!!
......... (passa-me o recibo por cima do balcão)
Eu - e agora?
A senhora que está atrás do balcão - Então, agora espera
Eu - Pois .... mas isso será onde ?
A senhora que está atrás do balcão - Ali "


Eis o meu momento de indignação: Se as pessoas vão a uma consulta de urgência é porque precisam e porque têm algum problema de saúde. Será que é de todo impossivel ter um pouco de educação?!?!?!?! já para não falar em simpatia...Confesso que odeio ir a médicos, hospitais ou afins. Acredito que tal como eu, ninguém ali vai por puro divertimento. Ora, com tanta gente a precisar de emprego porque é que terão de ter ali uma trombuda? Será que a educação e simpatia não são um requisito de quem vai trabalhar para um sitio destes? Pois, devia ser.

segunda-feira, 16 de abril de 2007

O soldado e a rainha



Correram uns tempos, uns meses. Como é demasiado fácil que o mundo inverta o sentido das coisas. Nessa época, num daqueles dias perdidos em o tempo não existia e a terra era só nossa, não me deixaste partir. "Só mais uns minutos, quero mostrar-te uma coisa....", pediste tu
Ajoelhado a meu lado, puseste a música a tocar. O teu olhar preso no meu dizia-me aquilo que nenhum de nós ousava dizer.

Nesse dia senti as lágrimas correrem-me pela face. As mesmas lágrimas que tu viste. Nesse dia, sem tempo nem espaço, senti os versos. Ouvi a história daqueles cuja história tinha ganho a forma de música. Nesse dia, o meu coração bateu por ti, soldado. Nesse dia, tu e eu escondemos aquilo que era evidente. Nesse dia, deixámo-nos levar pela sensação de que o mundo podia ser nosso. Nesse dia, tu e eu eramos pessoas diferentes. Agora, eu sou o soldado.




«The soldier came knocking upon the queen's door
He said, "I am not fighting for you any more"
The queen knew she'd seen his face someplace before
And slowly she let him inside.

He said, "I've watched your palace up here on the hill
And I've wondered who's the woman for whom we all kill
But I am leaving tomorrow and you can do what you will
Only first I am asking you why."

Down in the long narrow hall he was led
Into her rooms with her tapestries red
And she never once took the crown from her head
She asked him there to sit down.

He said, "I see you now, and you are so very young
But I've seen more battles lost than I have battles won
And I've got this intuition, says it's all for your fun
And now will you tell me why?"

The young queen, she fixed him with an arrogant eye
She said, "You won't understand, and you may as well not try
"But her face was a child's, and he thought she would cry
But she closed herself up like a fan.

And she said, "I've swallowed a secret burning thread
It cuts me inside, and often I've bled
"He laid his hand then on top of her head
And he bowed her down to the ground.

"Tell me how hungry are you? How weak you must feel
As you are living here alone, and you are never revealed
But I won't march again on your battlefield"
And he took her to the window to see.

And the sun, it was gold, though the sky, it was gray
And she wanted more than she ever could say
But she knew how it frightened her, and she turned away
And would not look at his face again.

And he said, "I want to live as an honest man
To get all I deserve and to give all I can
And to love a young woman who I don't understand
Your highness, your ways are very strange."

But the crown, it had fallen, and she thought she would break
And she stood there, ashamed of the way her heart ached
She took him to the doorstep and she asked him to wait
She would only be a moment inside.

Out in the distance her order was heard
And the soldier was killed, still waiting for her word
And while the queen went on strangeling in the solitude she preferred
The battle continued on »


The Queen And The Soldier, Suzanne Vega

domingo, 15 de abril de 2007

....contradições

São uns minutos apenas.
Ela vê um lugar e pára o carro. É uma travagem seca e desengonçada daquelas que fazem o passageiro do lado ir à frente e voltar. Ela vira o volante, começa a manobra. O carro entra no lugar de uma forma sem jeito. Não, não va conseguir pôr o carro assim. Volta a sair, repete. E o carro lá vai ao sitio. Já com o motor desligado reparo nele. Ele gesticula. O motor volta a ser ligado. Ela volta a tirar o carro do lugar e agora reparo em ambos. Ele vai dando ordens que aos meus ouvidos são surdas. No entanto, não é dificil ouvir (ou imaginar). "Vira para o outro lado", "Não!! vai mais à frente!" "Vira tudo agora. isso. Vai mais à frente", "Não!!! Não é assim".
Ela vai obedecendo às indicações com uma concentração só imaginável. A expressão não engana, está afazer um enorme esforço para conseguir pôr o seu pequeno carro naquele lugar de estacionamento e quer que ele fique tal e qual aquilo que ele lhe diz. E finalmenente fica. Ela sai de um lado. Ele sai do outro. Ela está de azul, daquele turquesa. Ele está com um casaco cinzento.
Andam ambos nos 50's. Ela caminha devagar, ele tem uma bengala. Ela segue em direcção ao passeio onde ele a espera. Caminham lado a lado e dão as mãos. Unidos, seguem pela avenida abaixo. Ela tem agora um caminhar seguro. Ele um andar de orgulho por a ter ao lado. Têm um brilho qualquer enquanto caminham assim de mãos dadas pela sombra das árvores. O episódio do carro, mas não foi do que enganador.

quarta-feira, 11 de abril de 2007

Certezas apesar das incertezas

"Porquê, não sei

Porquê, não sei

Porquê, não sei ainda

[Mas sei que]

Eu não meti o barco ao mar

Pra ficar pelo caminho"

*Inquietação, JP Simões

O fenómeno da globalização

Maria de Medeiros, a actriz que agora também é cantora, revela-se um verdadeiro fenómeno de globalização. Ora, a portuguesa canta em brasileiro num disco que foi feito a partir de uma digressão feita em França e que resulta num cd entitulado em inglês.

Máscaras

*
Há quem diga que todos nós temos uma máscara e que ainda que a consigamos tirar está sempre outra por baixo e outra e outra. Isto é algo que me assusta. Por motivos vários, mas sobretudo porque se assim for nunca conhecemos as pessoas de verdade. Será possível conviver com alguém, ser-se amigo, filho, irmão, namorado, amante, neto, primo ou seja o que for e desconhecer esse alguém?
E a única resposta que encontro é a do sim. É possível porque acontece de facto. Mas como? Como é que se pode esconder quem se é verdadeiramente. Como é possível agir, falar e dar-se a conhecer a partir de um personagem. Na realidade é disso que se trata. Incorporar um personagem, ser-se como esse personagem durante algum tempo, depois deixar-se cair a máscara e encarnar outro personagem, para outra ocasião. Pior: descobri que o mundo está cheio dessas pessoas, desses actores, dessas cenas que ocorrem em palcos improvisados e em momento inoportunos. Umas atrás das outras, as máscaras são usadas em função das necessidades do momento e trocadas no momento seguinte. Não sei se o condeno, só me é dificil de entender essa postura, essa forma de se viver. Até porque acho que nenhuma máscara dura para sempre, um dia cai e quem esta atrás dela revela-se.
Mas depois penso outra coisa. De facto, também conheço algumas pessoas que há muito que deitaram essa máscara fora, pelo menos nas relações de amigo, filho, irmão, namorado, amante ou primo para comigo. E são de facto essas as pessoas que me importam. São essas as pessoas que respeito. São essas as pessoas que quero. São essas as pessoas que amo. E é tão bom perceber que, ainda que raras, essas pessoas existem, são reais, estão ali despidas de encenações prontas a dar e a receber. Na verdade, é por serem raras que essas pessoas são tão bonitas.

* Mais um do homem das maçãs: Magritte.

domingo, 8 de abril de 2007

Absurdidades

Há coisas realmente absurdas!!
Mas nada é mais absurdo do que a "absurdidade" de
um ser humano a olhar para um telefone esperando
que ele faça "trrim, trrim"

sábado, 7 de abril de 2007

Despida....

*
Despida de roupas
Despida de sentimentos
Despida de esperanças
Despida de ilusões
Despida de desejos
Despida de expectativas
Despida de afectos
Despida de sonhos
Despida de reacções
Despida de paixões
Despida de mágoas
Despida de tudo
Vestida apenas com os sapatos, com as memórias e com recordações
*Edward Hopper

Vagueando pelas ruas da baixa



Uma pequena necessidade é a desculpa mais inocente que encontro para um velho vicio que me enche a alma: perder-me pelas ruas da baixa. Corro preguiçosamente uma e depois outra. Sigo pela Rua Augusta fora com o olhar perdido nas pessoas que por ali andam. Turistas de máquina em punho, familias que aproveitam o sábado para compras, velhotes que fazem a vida de todos os dias alheios ao que os rodeia.


Subo ao Chiado. Entro nas lojas do costume, experimento mil e um trapos. Hoje saio de mãos vazias, com o sentido prático do "não, não preciso". Coisa rara que só se mantém até chegar aos armazéns do Chiado. Aquele monstro devorador que lá pára (entenda-se Fnac) não me permite manter o espírito da ausência de necessidade absoluta. Abro excepção a dois cd's e saio de lá com uma vontade enorme de ter de imediato um sitio onde pôr os meus discos novos a tocar. Mas adio o desejo. Sigo Rua Garrett acima, páro no senhor dos anéis, dou uma espreitadela às últimas novidades. Sigo rua acima, espreito para dentro da Bertrand e dou a volta na Brasileira. Regresso às ruas da baixa, passo na Praça da Figueira e já com pressa não tenho tempo para a tenda do livro manuseado, fica para a próxima.


Sigo em direcção ao Martim Moniz. Não posso deixar de ir comprar os bens de primeira necessidade que só há ali no supermercado chinês da Rua da Palma. Passo pela sempre movimentada e colorida praça onde se misturam chineses, indianos, africanos e afins numa convivência saudável e curiosa. Chego ao destino. Encho um cesto num abrir e fechar de olhos e saio intrigada com dúzia e meia de frascos e embalagens que repousam nas prateleiras. Ainda vou à concorrência comprar aquele delicioso chá de jasmim com chá verde que vem numas latas maravilhosas que não há em mais lado nenhum.


Volto à Praça da Figueira. Pelo caminho "oferecem-me" os telemóveis da praxe. Chego ao carro e sigo marginal fora. Perco-me nos pensamentos enquanto me fascino com o reflexo do sol no mar. Tomo consciência que no par de horas que deambulei me apaixonei dezenas de vezes e me desapaixonei um quarto dessas dezenas de vezes. Pelas coisas mais estapafúrdias. Pelo assador de castanhas, pela foto que um senhor estava a tirar junto à banca de flores, pelo cd que não comprei, pelo anel que até poderia ter gostado se tivesse experimentado, pelo bom aspecto dos bolos que estavam na montra da pastelaria, pelo cheiro da perfumaria.... Mas apesar das vezes que me desapaixonei, apenas porque assim como estas coiasa apareceram também desapareceram, sinto-me cansada e tranquila. Estas manhãs têm um poder estranho em mim, mas o resultado (para além da dor de pés) é maravilhoso.

sexta-feira, 6 de abril de 2007