quarta-feira, 31 de outubro de 2012

Aconchegos. Há dias em que só devia haver aconchego. Não devia haver palavras. Não devia haver imagens. Não devia haver nada, nem ninguém. Só um pijama quentinho e lençóis quentinhos.

sexta-feira, 31 de agosto de 2012

Googling myself

Googlei-me mais por nostalgia do que por narcisismo e fui ter a outros lugares de mim, da minha vida. Por momentos voltei a esses lugares de novo, a essas conversas, a esses estados de espírito. Voltei a vestir as indumentárias póprias desses lugares, voltei à humildade dessas conversas, voltei à agressividade dessas perguntas, voltei às pessoas que abriram o coração e partilharam as dores, as alegrias, as surpresas. Bateu uma sensação que nem eu sei explicar. Um misto de saudade com tristeza. Vivi tantanto e tão intensamente em tão pouco tempo. Não, não foi assim tão pouco... é aquela de que aquilo que é bom voa no tempo a uma velocidade alucinante. Volto. Revivo. Estou de novo no fundo de uma mina, nas entranhas da terra só com uma luzinha pendurada num capacete que teima em cair-me para a frente dos olhos. Estou de novo em casa de um pintor que dá cabo da saúde só pelo prazer de pintar. Estou de novo diante de uma frágil criança com uma sentença de morte iminente. Estou de novo num quarto fetiche a chorar com uma mulher que se prostitui porque desespera por dinheiro para pagar as contas. Estou de novo nervosa antes de entrevistar aquele personagem intimidante. Estou de novo no meio da neve, a seis mil km de casa, a deixar a minha mão ficar roxa de frio com o entusiasmo da conversa, estou de novo a sentir o que eles sentem quando estão longe de casa e estou de novo a beber aquele chocolate quente que dá um conforto diferente a essa distância. Volto aquela mãe que abre o coração para falar do filho que se apaixonou pela droga. Volto aquele telefonema de agradecimento sincero por causa de um texto em que era eu quem estava grata pela partilha. Volto aquele helicóptero a meio da noite onde o pijama ainda está vestido debaixo da roupa que entrou à pressa. Volto a subir no balão de ar quente e a ouvir aquela proposta para a chance in a lifetime. Volto a abrir a pestana às quatra da manhã e a sentir aquele friozinho no estômago antes de partir, com um "é mesmo agora" a bailar-me no pensamento. Volto ao ensurdecedor barulho de um C130 carregado de gente, bagagem e cansaço. Volto a estar dentro de uma ambulância a chocalhar durante oito horas depois de andar a resgatar doentes perdidos em lugares ermos. Volto a andar de porta em porta a acompanhar "os da festa" os que andam a recolher fundos para a festa da terra, depois de já ter feito uma procissão e antes de 30 horas de trabalho seguidas. Volto aquela ambulância em Rio de Moinhos, entre Vila Nova de Milfontes e Beja onde aquela miúda que ali está - e que quatro anos antes não quis esperar pela maternidade -nasceu. Volto aquela senhora que mora a pouco mais de 2 quilómetros do vulcão me conta tudo com pormenores deliciosos que só alguém com noventa e muitos anos podia descrever, recordo-me da berraria em que decorreu a conversa graças à profunda surdez da senhora. e do banho de quase uma hora para tirar as cinzas do vulcão do corpo. Volto ao drama dos que foram levados pela ravina abaixo e cairam ao Tua. Volto aquela sensação de sair atrás de uma história e de não saber com o que vou voltar no bloco de notas. Volto ao senhor Francisco, um senhor que não sabe ler nem escrever, não sabe a data de nascimento, mas sabe tudo sobre a terra onde nasceu, cresceu e envelheceu. Sabe aquilo que mais ninguém sabe. Volto aquele convento, onde ela - do lado de lá da grade - e nós - do lado de cá- conversamos longamente sobre o que a levou a deixar a vida cá de fora e entrar na clausura. Volto aquele miúdo que fotografamos dois minutos antes de se acabar a luz do sol e 15 segundos antes de cair a mair chuvada de granizo que já vi. Volto ao arroz de enchidos qie comemos depois em jeito de celebração. Volto a uma tarde, no meio da serra numa cerimónia de Druidas. Volto ao orgulho que vi na face de quem faz coisas que mais ninguém faz no mundo. Volto à claurura de quem vive atrás das grades. Sinto no peito a sensação de ouvir a grade a fechar-se atrás de mim e depois outra e outra. As chaves a encerrar o espaço. Volto a história de um dos homens mais procurados do Mundo, a do pacato homem. Volto a saubir as escadas da torre de controlo naquele fim de tarde e a ver o que mais ninguém viu porque fugiram todos da chuva, olho e vejo. Vejo tudo a passar-me a frente. Volto e volto e revolto a tantos outros sítios e gentes e histórias e sensações e momentos. Volto aquela redacção, às horas sem fim, aos dias que não acabam, à sensação de que o cérebro se transformou em papa, volto às bolas que voam de um lado para o outro, volto às pizzas partilhadas, às zangas, às gargalhadas sem fim. Volto a pôr os headphones nos ouvidos e a música no máximo para depois desatar a bater furiosamente no teclado, volto às confidências e às inconfidências, volto às pessoas. Volto aos quilómetros no corpo. Volto aos personagens. Volto às pessoas que passaram e ficaram. Volto aos amigos que fiz, volto a mim. Volto aquilo que era, aquilo em que me transformei e aquilo que sou.

quinta-feira, 23 de agosto de 2012

Devaneio

São incalculáveis os caminhos que iremos percorrer. São muito distante daqueles que queremos, efectivamente, percorrer. Não há predestinação nenhuma, ou há, mas é tal e qual um presente. Quando nos é dado vemos um embrulho, só quando o abrimos vemos o que lá está dentro. E, mesmo depois de aberto, podem continuar a haver surpresas até se chegar ao fundo da caixa. Destino, fé, seja qual for a crença, nada é planeável. Podemos dizer que sim, que não, que nunca, que sempre e possivelmente vamos bater com todas as previsões um passo ao lado. É sempre surpreendente, bom ou mau. É sempre inexpectável, improvável. Vêm as lágrimas, os sorrisos, a vontade de lutar, a falta da força para respirar. E tudo chega e tudo vai, fazendo de nós mesmos meros espectadores diante da nossa própria vida, mas sempre a acharmos que somos os protagonistas da história e que somos nós a decidir a nossa vida. Irónico.Esmagador.

terça-feira, 24 de julho de 2012

.
As ideias correm a mil, as palavras não saem, não correm, não escorrem, estão ali penduradas entre o porto seguro e o abismo numa correria tresloucada. Vão saíndo sob a forma de pinceladas aleatórias, sob o sabor do acaso. As pinceladas escorraçam as angústias, descobrem a tranquilidade que anda numa de esconde-esconde´. Por ora, é isto.

terça-feira, 8 de maio de 2012

Estados de alma

É aquele momento a seguir a deixar cair um copo no chão e dizer um palavrão. É o silêncio que se segue ao barulho dos estilhaços e da palavra. É um silêncio ensurdecedor, um momento de assimilação do acontecimento. E agora? Este é um desses momentos. Veio o turbilhão, vieram três voltas e meia numa vida só. No meio desses turbilhões não se vê nada, não se assimila nada. As assimilações vão espreitando e chegam. Foram mais de 2300 dias de vida. Foram seis anos e quase meio. Foram muitos dias, foram muitas circunstâncias, muitas gargalhadas, muitas pessoas, muitos momentos, muitas histórias, muitos momentos duros, muitas dificuldades, muita argumentação, muitas noites sem dormir, muitas noites meio dormidas, muitos quilómetros no corpo, muitas curvas, muitas correrias, muitos fechos, muitas malas que nem chegaram a ser desfeitas antes de serem atiradas para a mala de um carro, muitos dias em que o cérebro ficou em papa, muitos directores, muitos colegas, muitas pessoas que não interessam a ninguém. Foram muitas palavras, muitos textos, muitas páginas, mais de 300 revistas, muitas foram verdadeiros milagres editoriais. Milagres de uma luta contra o tempo, contra a falta de mais dedos para teclar mais, contra a falta de noção de quem nem sequer tem a noção de como se faz, de quem é pequenino. Eles não sabem que estes milagres existem, eles não sabem o valor de quem ali tivereram, eles não sabem quantas pessoas extraordinariamente boas ali passaram, é que nem sequer imaginam! Não sabem como aquilo que tinham eram um diamante em bruto. Nunca haverão de saber porque não sabem nada. Eu, nós, sabemos bem. Sabemos bem melhor, pelo menos. Sabemos o que fizemos ali, o que fizemos daquilo e mesmo que eles não saibam e nos tenham dado a nós, a tantos nós (agora e até agora) um pontapé no rabo, nós sabemos e é isso que importa. Podem manchar a memória de uma revista, não podem apagá-la. Eles e muitos outros podem dizer que era um fiasco, uma porcaria, que não interessava a ninguém. Quantos não iam a seguir fazer igual em outros lados e se esqueciam de onde tinham retirado tais ideias. Não, não era melhor que nada, mas com toda a certeza que pior não era. Vendia? Não vendia? Who cares!?!?!?! Não fazia dela má. Tinha muitas coisas más, claro que tinha. Quem é que acredita que nós - nós os qe importam - queríamos aquelas páginas centrais?! Falem, os de dentro e os de fora. Podem papaguear o que quiserem, tal como aqueles que por lá passaram meia dúzia de meses e se acham com moral para tal. Isso não importa coisa nenhuma. Nem eu importo coisa nenhuma, apenas me importo que digam mal daquilo que também foi meu, nosso. Sentada na cadeira do centro de emprego - depois de ter levado com o pontapé no rabo e de levar com a falta respeito deles - olho para trás e sinto um enorme orgulho nestes seis anos e quase meio. Em mim e naqueles com quem lutei contra os de fora e sobretudo contra os de dentro. Fizemos tanta coisa boa, tanta coisa bem feita! Levámos ao extremo a essência do que é fazer jornalismo. Vestimos a camisola, que há muito estava rota. Remendámos os buraquinhos e demos tudo por quem não deu nada Sabem uma coisa? Não tem nada a ver com terem posto a placa na porta a dizer fechado! Não se trata ninguém como não gostaríamos que nos tratassem a nós. É apenas isso. Todos nós caímos. Mais tarde ou mais cedo todos nós caímos e nos tornamos mais humanos e menos prepotentes e arrogantes. Aqui da minha cadeirinha no centro de emprego faço o balanço. É extraordinariamente positivo. Nos caixotes, trouxe momentos inesquecíveis, trabalhos que valeram cada gota de suor, histórias incríveis de pessoas extraordinárias e muitas noções, sobretudo a de que vale a pena dar tudo por tudo, lutar até à exaustão para se conseguir aquilo que se quer. Guardo em mim cada pessoa que conheci nestes seis anos e meio, guardo sobretudo aquelas que continuam e vão continuar sempre a fazer parte da minha vida. Assimilei. Demorou, mas acabei de assimilar.

segunda-feira, 9 de abril de 2012

Palavras malditas

Há as coisas que nos acontecem a nós e aquelas que só acontecem aos outros. Um dia, quando essas coisas que só acontecem aos outros nos acontecem a nós, o Mundo cai-nos em cima com uma violência tal que demoramos a assimilar uma realidade que não era a nossa, mas que afinal acabou por ser a nossa. Tão nossa que depressa se entranha nos nossos dias, nos nossos quotidianos. É assim porque tem de ser. Muda tudo. Muda-se os hábitos, muda-se as prioridades. Muda-se o interior mais profundo, muda-se a essência daquilo que se é. Não se muda porque se quer. Muda-se porque, de repente, aquilo que só acontecia aos outros acontece-nos a nós. Um dia, aquelas tristezas dos outros transformam-se nos nossos sofrimentos. Pior, aquilo que só acontece aos outros, aconteceu aos nossos mais queridos, aos nossos mais amados, aos nossos preciosos. E aí o Mundo ganha outras cores, outros contornos. Acredito que se vê com uns olhos maiores, que se vê mais com o coração e menos com as pressas do dia a dia que banalizam tudo. O chão dá uma volta e meia e ficamos suspensos na incredulidade. Aquilo que há muito deixamos para trás volta. Procuramos a ajuda no divino, no terreno e no meio termo. É assim o desespero. Faz-nos virar o coração. E o desespero é tanto maior quanto maior é a nossa impotência face aquilo que acontece. É tanto maior quanto maior é o sofrimento daqueles a quem só queremos o sorriso e não há que não as lágrimas. É tanta maior quanto maior é o amor que se tem. É querer arrancar as lágrimas, as dores, os medos. Pegar neles fecha-los num saco bem atado e fugir a correr para bem longe. Despejar o saco no buraco mais fundo de todos os buracos e voltar com a leveza, o sorriso e a felicidade. Mas esse é o desejo que não vem nem que se faça um buraco na lamparina de tanto a esfregar. E o que resta é dar aquilo que se tem de mais genuino. Resta dar o amor, dar o coração, dar a alma. Dar. Dar e dar e a melhor paga que se pode receber é esse tal sorriso, esse sorriso que apaga todos os males do mundo por uns escassos momentos, uns momentos que não se trocariam nem pelos mais preciosos diamantes. Dai arrancam-se todas as forças. São esses sorrisos que permitem aguentar todas as dores da alma pelas dores de um corpo que não é nosso. São esses sorrisos que dão coragem e nos fazem acreditar que as palavras malditas, as doenças maldita, não vão ser mais fortes. E só se consegue ver com olhos de ver quando se vai ao mais profundo do que se é, quando se desce aos recantos mais obscuros do nosso ser e se olha para o mundo com uns novos olhos. Com a noção de que cada dia é uma dádiva, do céu ou da terra. Aquilo que só acontecia aos outros acontece a todos, mas todos temos demasiado medo para perceber que também nos pode acontecer a nós e aos que amamos. Não se é mais do que ninguém, é-se apenas alguém mais consciente e ainda com mais medo do que antes. Agora sabe-se que não é apenas aos outros, agora sabe-se que amar não é suficiente para proteger aqueles que mais amamos, agora sabe-se que estar é mais importante do que qualquer outra coisa, estar é o bem mais precioso que se pode dar a alguém que é tudo para nós.

quinta-feira, 15 de março de 2012

Lugares

Há lugares que nos ficam impregnados nas profundezas da alma. Nos calabouços da memória.

segunda-feira, 2 de janeiro de 2012

Hope and faith




Há palavras que não queremos ouvir nunca, lugares onde não queremos ir nunca, dores que não queremos para os nossos, nunca. Quando esses nuncas nos caem em cima vem o desespero, o medo, a dor da impotência. Depois vem a vontade de lutar, de vencer, de ser mais forte que tudo. Esses são os momentos de revelação que em percebemos o quão insignificantes somos e em que voltamos ao que sempre negámos.
Eis-me de volta à esperança nas coisas do céu. Eis-me crente nas coisas do céu e nas da terra ao mesmo tempo. Eis-me crente na capacidade do homem lutar e na capacidade do céu dar a esperança e o zelo.

sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

Pedaços de natureza



Pedaços de natureza que invocam a maior das belezas.
Pedaços de séculos, de chuvas, de ventos e de tempestades que criaram verdadeiras telas.
Pedaços de silêncio diante de uma imagem de tão perfeita imperfeição.
Pedaços de impotência diante da imponência que se impõe sobre quem olha.

CJ, Grand Canyon, Novembro de 2011

sexta-feira, 21 de outubro de 2011

Sometimes life is a mess



Há dias que parecem não ter fim, momentos em que a tristeza rouba todos os sorrisos, prende todos os pensamentos. Resta apenas a esperança, a esperança que passe, passe rápido. É querer que passem, mas ter receio que passem. O medo enche o peito, sufoca. É rever os pensamentos, as ideologias e deitá-las para o caixote do lixo. Vêm aí o cliché, mas é nestas alturas que nos voltamos para onde virámos as costas, é tão verdade.
Today i feel as scared as the little house there.

quinta-feira, 6 de outubro de 2011

Há vazios assim

Há vazios assim em que nada entra e nada sai. Vazios sem chão. Vazios sem céu. Não nada de nada nesse vazio. Há essências do que já foi e já não é. Há indicios de outras vidas, em outros tempos, vividas em outros cenários. Foi-se o ar. Foi-se o olhar.
O vazio perdeu-se dentro dele mesmo. Desencontrou-se da porta e da janela. Sufocou dentro de si mesmo. O espaço fechou-se sobre si mesmo. E sobraram apenas os nadas.
Para trás ficaram caixotes de molduras vazias. Onde antes havia os sorridentes, agora caixilhos partidos cheios de tristezas. Já se foi tudo e ficou o silêncio. Não há sussurros, não há passadas apressadas a caminho de sítios, não há risos abafados. Há aranhiços que percorrem as tábuas corridas sem encontrar obstáculos, há lençois brancos a tapar os restos do que ninguém quis.
Há gritos surdos que querem rebentar as frestas, há sombras de quem já esteve mas já não está. Há tralhas soltas pelo meio de bolas de cotão de vidas que já se viveram aqui.
Já foi, não é. Não sei. Não se encontra. Não encontra a porta e a janela debaixo da escuridão em torno do vazio. Não há uma luz, ténue sequer.

quinta-feira, 25 de agosto de 2011




Partir. Ir sem destino. Chegar a algum lugar. Ver a espuma dos dias a desaparecer lentamente. Os pensamentos vão e vêm ao sabor dos sonhos, dos desejos. Ficar por ali. Andar mais um pouco até não sei onde e fazer esse mesmo não sei o quê. Não pensar mais para trás, nem mais para a frente. Molengar no conforto deste aqui e agora com uma manta pelos ombros debaixo de um céu pejado de estrelas. Neste lugar não há limites, não há sitios nem coisas certas ou erradas. Onde se está e o que se quer é a verdade absoluta, inquestionável. Olhar em redor e ver essa longa planície de silêncio. Quebrar esse silêncio que não é de mais ninguém com todos os gritos que estão guardados. Gritar até se ficar sem uma nesga de inquietude no espírito. Até a alma ficar leve, leve. Fechar os olhos, fazer das pestana obturador. Gravar a leveza, a imagem, o sentir. Caminhar. Vir. Ziguezaguear. Apanhar o autocarro que deixa mesmo à porta. Entrar. Crer.

terça-feira, 26 de julho de 2011

Amores e apegos

Disse ela:
"É preciso saber distinguir o amor do apego. Isso ajuda-nos muito na vida. O amor com desapego é o amor verdadeiro. É um crescimento pessoal porque muitas vezes esperamos que o outro nos dê aquilo que nos falta e não há ninguém que nos possa dar aquilo que temos de encontrar dentro de nós. Quanto menos precisar de ti, mais te amarei e menos te pedirei"

sexta-feira, 1 de julho de 2011

sábado, 11 de junho de 2011

Os entupimentos

O sono não chega. É impossível fechar os olhos. Tenho medo que desapareça. Não, não vou deixar desaparecer nunca mais! Não é uma resolução, também não é uma teimosia e menos ainda uma aposta. É uma certeza porque as certezas vêm do coração e são inabaláveis. É a mais pura e profunda felicidade isto que me enche o peito e Ne está a dar insónias! Quero-a para sempre! Só assim ela faz sentido, quando preenche tanto que transborda. Até podem vir as pequenas trovoadas, podem vir neblinas, mas nunca mais virá nada de mau. Há momentos na vida que se guardam para sempre. Este ficará para sempre. Ficará como carro de combate a qualquer tempestade.
Sinto que por vezes temos de bater no fundo, para fazer toda uma caminhada. Quero fazê-lá. Vou fazê-lá e sei, com todo o meu coração que estas insónias irão acontecer muitas vezes e que serão cada vez melhores, maiores, mais entupidas. Anda, vamos ate esse sítio que é só nosso, muitas e muitas vezes! Aí que entupimento este que sabe a um petit gateau, ao enroscar, a uma toalha quente depois do banho, a um coração que não pára de bater, a mantas e almofadas, a um beijo ( ao primeiro!), a uma garrafa de vinho da tua garrafeira, sabe a todas as coisas boas, a todas as coisas que me enchem a alma. Anda, vamos continuar a escalada. O topo é lá em cima, não temos pressa, vamos parando para dar uns goles nesse teu, nosso, vinho, para uma troca de cumplicidades, para nos conhecermos mais um bocadinho. Lá em cima está tudo o que queremos e sonhamos. Que graça teria se fosse um helicóptero a deixar-nos lá no cimo dos cimos? Será bom subir assim, de mão dada, eu ajudo-te, tu ajudas-me, eu ensino-te o melhor caminho, tu ensinas-me a outra parte do melhor caminho. Iremos dar umas escorregadelas, somos meio trapalhões às vezes, mas vou amparar-te sempre, também sei que me vais amparar sempre. Queres saber o segredo que está lá em cima, o mais bem guardado deles todos? Anda, aproxima-te, abraça-me, digo- to ao ouvido.
Maravilhosa insónia, esta. Vem sempre e muitas vezes.

sexta-feira, 27 de maio de 2011

A beleza das palavras

Cita-se ante uma obra de páginas imensas a doçura das palavras Virgina Woolf

"Vivi em ti durante todo este tempo - agora, que eu parto, com quem te pareces tu, verdadeiramente? Será que existes, ou inventei-te dos pés à cabeça?".

Seguem-se mil páginas da história da Marquesa de Alorna, Leonor

quinta-feira, 19 de maio de 2011

Estúpidos se's

Aquilo que mais apoquenta são os se's, aquilo que fica por saber, por sentir, por dizer. E se não se tivesse dito ou feito. E se não se tivesse passado assim. Se...se se soubesse viver sem estes se's tudo seria mais descomplicado. Não gosto desses se's. Não quero esses se's.

segunda-feira, 2 de maio de 2011

Cacos



Caiu ao chão, ficou em estilhaços, desfeito. Cada pedaço em seu canto. Ali foram ficando até que alguém os juntou, os colou, voltou a fazer deles um só. Mas não. Não voltou a ser a mesma jarra.

segunda-feira, 21 de março de 2011

*

A imagem ou o reflexo. A verdade ou a vontade. A realidade ou o desejo. O que se pensa ou o que se acredita. O que se quer ou o que se sonha.
Mas o que seria das imagens sem os seus reflexos? Existiriam as verdades sem muitas vontades? Que sentido teria a realidade sem os desejos? Pensar-se-ia em seja o que for se não se acreditasse? Quero e sonho! Só assim tudo tem sentido.


*Magritte, Heraclito

terça-feira, 1 de março de 2011

Renasceres



Gosto deles.
De esperanças devolvidas.
De sentidos reencontrados.

terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

Balanços



Nas curvas da vida, encontramo-nos sempre. Encontramo-nos nas encruzilhadas. Escorregamos nos mesmos penhascos. Tu salvas-me e eu salvo-te. Agarras-me com aquela força de quem jamais deixaria que alguma coisa me acontecesse. Seguro-te como o meu bem mais precioso. Tu és eu e eu sou tu e quando somos um só deixamo-nos levar pelos balanços. Às vezes, o balanço é mesmo um balançar, e a força não chega, as mãos soltam-se e perdemo-nos. Eu volto a ser apenas eu, tu voltas a ser apenas tu. Os pensamentos ficam desligados, sem sentido. Os ventos não acalmam, os mares batem furiosos, as nuvens estão carregadas de ira... uma ténue chama de uma vela acesa lá longe ilumina os passos incertos e encontramo-nos nas sombras assustadas um do outro. Em pequenos passos, cautelosos e incertos, os nossos dedos enlaçam-se, as nossas mãos, atacadas por uma profunda solidão um do outro, são incapazes de fingir friezas, amuos. É mais sofrido, mais forte, mais meigo, mais sentido, mais intenso. As entranhas mais profundas tocam-se suavemente, envolvem-se, fundem-se. A luta contra as incertezas, dúvidas, medos e mágoas intensifica-se. Mas agora somos dois e sinto-me invencível contigo a meu lado. As nuvens negras vão-se dissipando, o mar é tranquilo como o de uma lagoa, as ventanias são apenas leves brisas. Um e um só.

domingo, 30 de janeiro de 2011

Palavras

As palavras são difíceis, duras, enganadoras, perversas, más. Saem um tom acima ou um tom abaixo e todo o seu significado muda. Saem no contexto certo ou no contexto errado e causam as melhores ou as piores reacções. As palavras. Quem as controla, controla o Mundo.

terça-feira, 18 de janeiro de 2011

Secret places



Lugares onde se encontra a paz, lugares onde se dixam sorrisos pendurados, lugares onde podem passar milhares de pessoas mas que são só nossos, lugares de encontro, lugares onde a vida pára por uns segundos. É nesses recantos onde tudo faz mais sentido.

quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

Claro, claro como a água de um rio



É nestes momentos em que me apercebo das minhas fragilidades que percebo os limites daquilo que sou, as linhas que projecto, os lugares de onde venho e aqueles para onde quero ir. Sim, quero estar aqui, quero ter-te ao meu lado e juntos conquistaremos o mundo, a plenitude que atingem duas almas que se completam, se consolam, se encontram.São estes os momentos que se guardam da vida, são estes os momentos em que se pode ter apenas uma frase a cair pelos lábios quietos: se morresse agora, morreria feliz.

terça-feira, 21 de dezembro de 2010

Descoberta de centro comercial



Fui comprar comida para a minha fera de dois quilos e meio e vinte centímetros à loja dos animais num centro comercial. É uma daquelas lojas onde há caezinhos fofinhos do lado de lá do vidro e que tem sempre um rol de espectadores a bater no vidro apesar do pedido explícito e óbvio para que não o façam. Ia a entrar para a loja e o meu olhar prendeu-se em mais um ser fofinho para levar para casa neste Natal. Este ser eranada mais, nada menos que um leitãozinho gorducho a que chamam pomposa e presunçosamente "minipig". Ora, a minha dúvida é: quem é que quer ter um porquinho esparramado em cima do sofá da sala? Isto é animal para durar a vida toda e para criar afeições e ter gestos carinhosos e fazer festinhas na barriga enquanto ele fica a grunhir de felicidade? Uhm.. eu cá para mim esta não é moda para durar!

segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

A tv de todos os benfiquistas



Ontem vi o Benfica-Braga. Ou melhor dizendo, ontem não vi o Benfica-Braga. Ora, estava eu num jantar e os benfiquistas ansiavam pelo resultado do seu benfica. Dando o jogo no canal dos ricos, dos fanáticos ou do lobby dos cafés a solução MEO é este fantástico canal da nossa televisão: o Benfica TV.
Foram quase noventa minutos em que um senhor cheio de frio e outro sem casaco descreveram cada passe, cada falta, cada lesão, golo e em que se viu apenas um senhor cheio de frio e outro sem casaco. Uma coisa é ouvir o relato, outra (ridícula) é ver o relato de dois marmanjos numa bancada a morrer de frio e a olhar para o jogo que só eles vêem e não para a câmara. Não fosse já toda a cena freak, no canto inferior esquerdo não falta um grafíco onde mostram uns supostos bonequinhos, já que não podem os jogadores, a jogar em tempo real ao estilo Footbal Manager. Não fossem as duas equipas trajar de vermelho ser ia muito útil. As vinte e duas bolinhas andavam de um lado para o outro e era tudo menos esclarecedor.
Foi um belo momento, sobretudo porque por contingências outras não havia som na tv.
Fiquei fã. Da próxima quero voltar a ver um relato sem som acompanhado por um FM de uma equipa só.

sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

Com esse brilhozinho

"Com um brilhozinho nos olhos
e a saia rodada
escancaraste a porta do bar
trazias o cabelo aos ombros
passeando de cá para lá
como as ondas do mar.
Conheço tão bem esses olhos
e nunca me enganam,
o que é que aconteceu, diz lá
é que hoje fiz um amigo
e coisa mais preciosa
no mundo não há.

Com um brilhozinho nos olhos
metemos o carro
muito à frente, muito à frente dos bois
ou seja, fizemos promessas
trocamos retratos
trocamos projectos os dois
trocamos de roupa, trocamos de corpo,
trocamos de beijos, tão bom, é tão bom
e com um brilhozinho nos olhos
tocamos guitarra
p'lo menos a julgar pelo som

E que é que foi que ele disse?
E que é que foi que ele disse?
Hoje soube-me a pouco. [x4]
passa aí mais um bocadinho
que estou quase a ficar louco
Hoje soube-me a tanto [x4]
portanto,
Hoje soube-me a pouco

Com um brilhozinho nos olhos
corremos os estores
pusemos a rádio no "on"
acendemos a já costumeira
velinha de igreja
pusemos no "off" o telefone
e olha, não dá p'ra contar
mas sei que tu sabes
daquilo que sabes que eu sei
e com um brilhozinho nos olhos
ficamos parados
depois do que não te contei

Com um brilhozinho nos olhos
dissemos, sei lá
o que nos passou pela tola [o que nos passou pelo goto]
do estilo és o "number one"
dou-te vinte valores
és um treze no totobola [és o seis do meu totoloto]
e às duas por três
bebemos um copo
fizemos o quatro e pintámos o sete
e com um brilhozinho nos olhos
ficamos imóveis
a dar uma de "tête a tête"

E que é que foi que ele disse?
...

E com um brilhozinho nos olhos
tentamos saber
para lá do que muito se amou
quem éramos nós
quem queríamos ser
e quais as esperanças
que a vida roubou
e olhei-o de longe
e mirei-o de perto
que quem não vê caras
não vê corações
com um brilhozinho nos olhos
guardei um amigo
que é coisa que vale milhões.

E que é que foi que ele disse?"

terça-feira, 2 de novembro de 2010

Os brindes certos

Uma revista de social tem como capa desta semana um actor, famoso aos olhos do povo, que está a fazer um tratamento, cura ou o que se queira chamar, para se livrar do vício do álcool. Anunciam que contam como é a clínica, como é o tratamento e quanto custa. Para além disso fazem promo ao brinde desta semana: um copo de vinho tinto para a colecção de copos! Brilhante!

sexta-feira, 29 de outubro de 2010

Feliz natal!

Interrompe-se este - forçado - silêncio para desejar um bom Natal. Parece que este ano se começam as celebrações em Outubro?!?! As luzes já começam a aparecer na cidade, só falta carregar o botão, as lojas já têm iluminações acesas, já se vendem árvores e bolas de natal e as sugestões - "de última hora" ?!?!? - já andam por aí.
Desespero da crise ou vontade de falar de outra coisa que não o Orçamento de Estado, o Natal chegou com dois meses de antecedência. Feliz Natal

terça-feira, 5 de outubro de 2010

quinta-feira, 23 de setembro de 2010

E a ovelha?



De há uns dias para cá que ando intrigada. Com esta história do Jaime. O Jaime Ovelha. Ora o homem apareceu no chão já a dar para o morto, vestido com uma lingerie tão feminina como as sandálias que trazia calçadas. Em Proença-a-velha todos os conheciam e o achavam esquisito. Enfim, ocorrem-me várias dúvidas nesta história e nenhuma tem a ver com o assassíno.
Premissa: o homem roubava galinhas para as violar, já tinha sido apanhado a violar uma cabra e desta última vez foi o desgraçado do burro (que toda a gente fotografa sem dó pelo seu sofrimento) e já tinha sido preso por também ter violado uma senhora idosa. Na zona dizem os jornais: "Era conhecido por violar animais" (??????)
Eis as minhas dúvidas:
- Como é que se viola uma galinha?
- Como é que alguém investiga um crime onde as vítimas se limitam a pronunciar-se debaixo de uns tímidos i-on's e có-có-ró-co-co's?
- Porque raio ele era conhecido como "O Jaime Ovelha"?

segunda-feira, 13 de setembro de 2010

For u!

Olho-te e vejo-me. Vejo o que sou, vejo o que sinto, vejo o que quero. Pego no fio dos pensamentos e vou seguindo de nó em nó em jeito de salvação da alma. Revejo-os um a um como se tivessem sido agora, neste mesmo instante, ganho o fôlego que só estas coisas conseguem dar. Cada olhar, cada partilha, cada riso, cada carinho, cada toque, cada gesto. Num turbilhão vêm umas atrás das outras. Deixo-me levar por uma sensação que causa arrepios pela espinha acima. A alma despe-se, fica a nú e cada gesto é a mais plena revelação de um sentimento profundo, incomparável com qualquer outro. É isso, é uma coisa grande. Tão grande que não se mede, não se pesa, não se parte. É bom. É cada vez maior. É cada vez maior, mais doce. É uma cumplicidade sem fim.

B.

segunda-feira, 23 de agosto de 2010

Um olhar sobre Viana

As tradições, a festa, o orgulho de se manter a ligação à terra.



















































































terça-feira, 3 de agosto de 2010

Combates urbanos

Alcântara. 3 da tarde. Dois arrumadores.

Um arrumador pintas de calçanito da moda e camisola de manga cava está a bater couro a umas miúdas do norte que perguntaram o caminho para a torre de Belém. Desconfio que o personagem, de cabelo com uma ligeira crista e aquele rabicho no pescoço, estava com uma grande grande pedrada. A falar alto e com uns gestos exagerados - já com elas a quererem afastar-se e certamente arrependidas de ter perguntado qualquer coisa - continuou a dar-lhes dicas: de autocarro, de comboio e até de barco (?).

As miúdas afastam-se e ele faz um comentário másculo para um segurança que está à porta de um supermercado que está mesmo ali sobre as miúdas. No meio disto vaga um lugar ali mesmo em frente e um homem de aspecto de pessoa lá de fora faz as vezes de arrumador assim que há um candidato ao lugar.

Ora, o tuga do calçanito vai lá. "Mas ouve lá, tu põe-te a andar que este sitio é meu". Silêncio do outro lado. "Tu és de onde?" .Silêncio. "Da Lituânia?" . O outro larga um país indecifrável. "Então volta para a tua terra. Este sítio é meu e se te volto a ver aqui parto-te todo". O outro senta-se num banco de pedra. "Sai daqui! já disse! ou queres ver eu partir-te todo. Uma esquerda, uma direita e ficas todo partido!Vai, rápido". Quero ficar aqui no banco sentado. "Só não te parto todo já porque aquele senhor ali [o segurança] me disse para ter calma" - mentira descarada, claro! que o outro nem abriu a boca. "Vá, põe-te a andar lá para a tua terra que este sitio tem dono"

e vim embora.

terça-feira, 27 de julho de 2010

How...

..big can be happiness?

quinta-feira, 22 de julho de 2010

Há momentos assim

Há momentos que jamais se esquecem.
Há momentos que são tão perfeitos que não chegam as palavras.
Há momentos que provam que o mais importante na vida acontece assim, sem se esperar.

segunda-feira, 19 de julho de 2010

Coisas simples



A verdadeira beleza está na simplicidade, nas pequenas coisas, nas essenciais.
Um pormenor. Um fim-de-semana. um momento. A verdadeira beleza.

Por baixo

*

Gostava de morar num sítio com estrelas. Um daqueles lugares onde dá para ficar deitado no chão simplesmente a contemplá-las, a apreciar a verdadeira beleza que há naqueles pontinhos luminosos espalhados por aquela imensidão de céu, longe das luzes, longe do barulhos, das gentes. Naqueles lugares onde se sente que o mundo é só nosso. Gostava mesmo de poder chegar a casa num final de dia e ficar ali por baixo das estrelas...


*Not mine

terça-feira, 6 de julho de 2010

Inesquecível

No meio de um imenso festival de Verão, daqueles hiperpovoados por metro quadrado onde é impossível sair de lá sem uma cotovelada ou pisadela ou banho de uma bebida de tons suspeitos, um momento inesquecivelmente bonito. Um homem, sozinho em cima do palco, debaixo de uma meia luz de frente para milhares de pessoas que fizeram um silêncio arrepiado sob um momento de hipnotismo. Foi demasiado bonito, único.



See for youself
http://www.youtube.com/watch?v=xrpvox63CP8


Snow Patrol - Run

"I'll sing it one last time for you
Then we really have to go
You've been the only thing that's right
In all I've done

And I can barely look at you
But every single time I do
I know we'll make it anywhere
Away from here

Light up, light up
As if you have a choice
Even if you cannot hear my voice
I'll be right beside you dear

Louder louder
And we'll run for our lives
I can hardly speak I understand
Why you can't raise your voice to say

To think I might not see those eyes
Makes it so hard not to cry
And as we say our long goodbye
I nearly do

Light up, light up
As if you have a choice
Even if you cannot hear my voice
I'll be right beside you dear

Louder louder
And we'll run for our lives
I can hardly speak I understand
Why you can't raise your voice to say

Slower slower
We don't have time for that
All I want is to find an easier way
To get out of our little heads

Have heart my dear
We're bound to be afraid
Even if it's just for a few days
Making up for all this mess

Light up, light up
As if you have a choice
Even if you cannot hear my voice
I'll be right beside you dear"

Um dia

um dia, sem que ninguém esteja à espera, acontece. Acontece porque há muito que está para acontecer. Sempre faltou aquele empurrão. Já não falta. Agora é acreditar. Acreditar que os impossíveis são apenas obstáculos que se ultrapassam. E que no final, olhando para o caminho lá de cima de onde se vêem as curvas sinuosas, eram apenas teimoziazinhas sem razão de ser. Daqui a uns meses, um ano, talvez menos, talvez mais. Acontece. Sei que sim. E acontece porque é assim que tem de ser. São designios que não se sabe de onde vêm, mas é cá bem do fundo. Prometo.