domingo, 18 de fevereiro de 2007

eu, a desnaturada =P

É verdade. Assumo a minha culpa e o meu abandono. O cantinho dos nadas tem andado abandonado. Mas eis-me de volta depois de uma ida alucinante e inesperada por esses tras-os-montes foras.

Mas vou actualizar tudo aquilo que queria ter escrito neste tempo que passou e não escrevi

OOOOOPPPSSSSSSS:
Há cerca de um mês atrás vieram para aí com a alarmante noticia de que havia no mercado marcas de tabaco que continham doses de alcatrão em excesso, vulgo matavam mais depressa. A questão foi resolvida e retiraram o tabaco de circulação. Agora, pouco menos de um mês depois e à boa maneira portuguesa, descobriram que afinal tinha sido engano e não era bem assim. Toca de pôr as nove marcas de tabaco de novo à venda. ooopppsss alguém se enganou.

VILA FLOR
Ora, circulava eu pela serra fora, entre curvas e contra-curvas, terras e terreolas em busca da Foz do Tua quando dou por mim num pedaço de terra cujo nome é Vila Flor. Fica ali para os lados de Carrazeda de Ansiães (=P), que fica para os lado da terra de onde vem a alheira (Mirandela). Ora, aproximava-me eu da terreola quando passo por uma rotunda cuja indicação do centro de Vila Flor tem informação adicional e diz nada mais nada menos que: Vila Flor e por baixo diz Centro do Mundo. Eis que descubro o centro da bola gigante sem esperar por isso.


NO NORTE DA TUGOLÂNDIA
Tenho uma teoria: as gentes do norte são mais simpáticas do que as do sul. Lá por cima a celeridade de qualquer processo burocrático é incomparavel à de cá de baixo. No hospital de Lamego esperei 20 minutos por uma autorização, em Lisboa esperaria pelo menos um dia para o mesmo feito. Liga-se para o norte e ainda que não saibam ajudar encontram sempre alguém que saiba. pocura-se alguma coisa e não é dificil de encontrar. Bem é claro que procurar terreolas perdidas não será assim a coisa mais fácil do mundo. No entanto, depois de me perder 5 vezes lá consegui descobrir onde ficava Rio Bom, a terra onde vivem umas cem almas, que pertence à freguesia de cambres. As indicações são escassas, mas lá que se chega, chega-se.
Mais no norte come-se divinalmente em sitios que por cá se pagaria o dobro só pela vista (que belo almoço tive eu à beira douro com a régua em cenário) . Claro que o divinalmente tem sempre o problema do exagero. Descobri que deviam existir quartos de dose, porque seriam a medida exacta para este pedaço de gente que sou eu. O que para aquela gente é uma "dose razoável" para mim são dois dias de comida: dois almoços e dois jantares.


A LINHA DO TUA
A circunstância é trágica, mas o lugar é de uma beleza extraordinária.
A linha ferroviária do Tua, com mais de 120 anos de existência, é extraordinariamente bela e extraordinariamente perigosa. A primeira geralmente faz esquecer a segunda.
Com uma beleza escarpada, ao longo de ravinas e ermos, os carris acompanham a montanha e o vale do rio Tua. A serra, as cascatas ocasionais, o curso do rio e a paisagem circundante são uma delicia para os olhos.
Tive oportunidade de fazer apenas os seis quilómetros que separam a estação da Foz do Tua do lugar em que um pedragulho de absurda dimensão causou o descarrilamento da automotora. A viagem foi feita num pequeno veiculo amarelo, uma dresine, que é usada para manutenção da linha. O aperto no estômago voltava a cada vez que parava de contemplar o sitio e que olhava para baixo. Em algumas partes, a berma da linha não tem mais de dois palmos. Medo? sim algum. Ainda assim, valeu a pena.No lugar do acidente sente-se mais os arrepios de ver a carruagem desmaiada lá em baixo e o buraco nos carris. Quis o destino que o resvalamento de pedras acontecesse naquela hora, naquele lugar e que levasse a vida a três homens. Triste destino este. Como dizia alguém, em 120 anos este foi o primeiro e quem sabe talvez tenha sido o último.
Em bom português, costuma dizer-se que o mal de uns é sempre o bem de outros. Eis mais um exemplo disso. O café/restaurante que fica ali mesmo ao lado da estação de comboio passa os dias a facturar. Curiosos, jornalistas, GNR, Bombeiros, policia maritima ......... vão consolando a fome por ali mesmo, no único lugar que por ali existe e que por sorte está mesmo à mão. O outro negócio que ganha força por estes dias são os taxis imrovisados. Pela módica quantia de 25 euros por viagem e por pessoa, há quem garanta a ligação entre a estrada principal e o lugar do acidente: onde só se chega de jipe e com conhecimento do lugar.
As redes de telefone móvel são outro dos quebra-cabeças. No apeadeiro entre as duas linhas há TMN, em cima do muro há Optimus e atrás de um dos carros há Vodafone. Ao longo da linha a exostência de rede de telemóvel varia (ou vareia, com o dizem alguns). Sorte das sortes, o local do acidente é dos poucos que têm rede. Foi isso que fez a ajuda chegar mais rápido (só demorou uma hora e pouco!!! uma vez que chegar aquele ermo é tarefa dura até para quem tem experiência). Devidamente perguntado a quem de direito, descobri que o sistema de emergência é infalível: descobre-se se aconteceu alguma coisa ao comboio se ele não aparecer na estação a horas. Ora, eis-nos no cume das mais recentes tecnologias.

1 comentário:

Anónimo disse...

Só para que conste, Vila Flôr, não sei se será o centro do mundo, mas foi lá que foi gravado o filme Tentação.
A escassos kms fica Sampaio terra das águas frize (fraize) como por lá se diz.
Meramente informativo.