"Cada um gera também aquilo que acontece consigo. Gera-o, invoca-o, não deixa de escapar àquilo que tem de acontecer. O homem é assim. Fá-lo, mesmo que saiba e sinta logo, desde o primeiro momento, que tudo o que faz é fatal. O homem e o seu destino seguram-se um ao outro, evocam-se e criam-se mutuamente. Não é verdade que o destino entre cego na nossa vida, não. O destino entra pela porta que nós abrimos, convidando-o a passar. Não há nenhum ser humano que seja bastante forte e inteligente para desviar com palavras ou com acções o destino fatal que advém, segundo leis irrevogáveis, da sua natureza, do seu carácter".
"Entre duas pessoas o 'porquê' e o 'como' afinal são sempre tão miseravelmente idênticos...É uma fórmula trivialmente simples. Tudo acontece sempre assim, porque podia e tinha de acontecer dessa maneira, isso é a verdade. Não vale a pena indagar os pormenores no fim de tudo"
As velas ardem até ao fim, Sándor Márai
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