terça-feira, 24 de julho de 2007

Ladrões sem "cachet"

Pois é verdade... ele há ladrões mesmo parvos. Então não é que o "Gang do A4" mudou de carro? Quer dizer... ladrão que é ladrão de jeito não passa de um A4 para um Mégane!!!!!!!!

Ayo




Ouvi, o ouvido saltou, tornei a ouvir e a ouvir e a ouvir e apaixonei-me. É uma verdadeira delicia.
Chama-se Ayo.

See for yourself:

http://www.youtube.com/watch?v=F_laMjmR5nM

Uma Voz na Pedra

"Não sei
se respondo ou se pergunto.
Sou uma voz que nasceu na penumbra do vazio.
Estou um pouco ébria e estou crescendo numa pedra.
Não tenho a sabedoria do mel ou a do vinho.
De súbito ergo-me como uma torre de sombra fulgurante.
A minha ebriedade é a da sede e a da chama.
Com esta pequena centelha quero incendiar o silêncio.
O que eu amo não sei.
Amo em total abandono.
Sinto a minha boca dentro das árvores e de uma oculta nascente.
Indecisa e ardente, algo ainda não é flor em mim.
Não estou perdida, estou entre o vento e o olvido.
Quero conhecer a minha nudez e ser o azul da presença.
Não sou a destruição cega nem a esperança impossível.
Sou alguém que espera ser aberto por uma palavra."

António Ramos Rosa

segunda-feira, 23 de julho de 2007

Despertares ....

Um dia Sophia escreveu:

"Ás vezes julgo ver nos meus olhos

A promessa de outros seres

que eu podia ter sido,

se a vida tivesse sido outra

Mas dessa fabulosa descoberta

Só me vem terror e mágoa

De me sentir sem forma, vaga e incerta

Como a água"

Mais:

Tudo me é uma dança em que procuro

A posição ideal,

Seguindo o fio de um sonhar obscuro

Onde invento o real

À minha volta sinto naufragar

Tantos gestos perdidos

Mas a alma, dispersa nos sentidos,

Sobe os degraus do ar..."

Um dia Dali pintou:

Eis o que sinto.....

Desperto e assusto-me com uma realidade que não conhecia em sonhos;


Desperto e não me acho no que sinto, no que penso e no que projecto;


Desperto e temo não ter forças para fazer com que a alma acompanhe o corpo;


Desperto e tenho medo de jamais voltar a ser o que já fui;

Desperto e tenho medo do que sou;


Desperto e balanço entre a nostalgia de sonos passados e o receio dos sonhos futuros;

domingo, 22 de julho de 2007

"A" Lisboa

A Lisboa que faz bem à alma, a Lisboa dos recantos, a Lisboa à beira rio, a Lisboa que inspira, a Lisboa solitária e a Lisboa das multidões, a Lisboa de cortar a respiração, a Lisboa que consola, a Lisboa do fado, a Lisboa da descobertas, a Lisboa dos telhados e das águas-furtadas, a Lisboa que chora, a Lisboa das ruelas perdidas e dos escadinhas encontradas, a Lisboa dos amores, a Lisboa dos postais, a Lisboa dos eléctricos, a Lisboa dos bairros, a Lisboa dos santos populares, a Lisboa vista de uma janela. Tão somente....Lisboa
Uma Lisboa que é só minha.
A Lisboa que eu amo.



Mas só daqui se percebe porquê.

quinta-feira, 19 de julho de 2007

Corte e recorte

Dói. Dói tanto que se perde a vontade de tanta coisa. Dói tanto que se põe em causa o tanto e sobretudo as tantas convicções que se tem. Dói porque se perde um pouco do que se é em cada um dos pedaços que caem. Dói porque se perde o amor que se coloca em cada linha. Dói porque nos matam apontamentos de momentos que mais ninguém viu e que desta forma mais ninguém sentirá. Dói porque as histórias se tornam meias histórias despojadas de sentidos. Dói porque cada palavra não é o fruto do acaso mas o resultado de uma ponderada escolha da palavra certa para aquele lugar certo. Dói porque gosto de ver e sentir que ali está tudo o que podia dar e não um bater de tecla qualquer. Dói porque a beleza que pode haver está no todo que se alcança e não naquilo que mais chama à atenção, está nos pequenos nadas. Dói porque ainda que seja legítimo é cruel. Dói porque sentir o desprezo de alguém por aquilo de que se gosta magoa a alma.

sexta-feira, 13 de julho de 2007

.......???????............. (zzzzzt fez o meu cérebro)

São 7,50 da manhã e eis que aqui estou eu provavelmente no pior aparthotel do mundo. Á minha espera está uma cama que sai de dentro de um armário ou um beliche desmontável na parede. Eis-me acabadinha de chegar de uma ronda nocturna pelos bares da moda no algarve.
Pelo caminho, a fome fez-me parar naquele que provavelmente é o lugar mais perto do surreal que consigo imaginar (muito provavelmente e com tda a certeza pelo estado em que o meu cérebro está depois de 24 horas nonstop). Chama-se Bistro Oasis Club (nome com um toque british, ie, estrangeiro), fica ali logo à saída de Vilamoura, tem umas tostas maravilhosas (no caso, e deve ser mm sono, adorei uma tosta de galinha com alho e queijo extra!!) que misturei com um leite com chocolate (Ucal, que era o que havia) numa maravilhosa (...mente manhosa!) combinação de sabores. Á volta paira o surreal. Umas espanholas acompanhadas por um português tentam pedir uma tortilha a uma empregada de mesa oriunda de um país de leste que não sabe o que é uma tortilha e que tenta explicar (não sei em que língua...) que não tem tostas de manteiga (oinc!!!). Nunhum deles se entende e lá vem qualquer coisa que elas acham que pediram e que a senhora acha que entendeu.
Enquanto mastigo a minha tosta olho à volta. Á minha frente está uma televisão e um plasma os dois a darem a mesma coisa e virados para o mesmo sítio em que eu estou. No canal, o Fashion TV, que está ligado passa a colecção de inverno de um qualquer inverno passado apesar de estar a nascer um belo dia de Verão fora das janelas. Por baixo, há um anúncio aos "Bilhares Chorão" colocado numa máquina de jogos. Antes de vir embora tenho oportunidade de assistir a dois meninos, sentados atrás de mim, a comerem uma francesinha (o prato típico, não uma menina oriunda daquele país acima de Espanha e abaixo da Holanda) e a partilharem uma travessa de batatas fritas (apesar de ainda não serem sequer oito da manhã).
Pelo caminho de volta para este belo lugar em que me encontro, passo por lugares como a Patã ou a Mari-não-sei-das quantas enquanto senhoras honradas e senhores trabalhadores se preparam para um belo dia de trabalho e eu para um belo dia a dormir desgraçadamente. Mesmo a chegar ao aparthotel ouço o toque do despertador do meu telemóvel que toca à mesma hora que eu o programei para tocar ontem quando acordei (há milhares de anos atrás, diriam as minhas costas, os meus pés, os meus rins, as minhas olheiras e tds os afins.... que não sinto sequer)
São 8,17 da manhã e vou cair na cama. Espero que o armário de onde sai a cama não se feche comigo lá dentro.

segunda-feira, 9 de julho de 2007

Os senhores (e senhora) que querem a cadeira estão a (de)bater-se



Eu percebo a ideia e sem dúvida que o debate tem todo o potencial para ser um bom debate. Mas doze pessoas ao mesmo tempo não é uma coisa fácil de gerir e a senhora dona Fátima está "à nora"para os pôr a falara um de cada vez sem amuos ...... (e eis que o Carmona acaba de dizer a brilhante expressão "por causa que..." ). oh para a Roseta a revoltar-se "Não me tire assim a palavra, sff". oh para o Garcia Pereira a dizer: "Agora sou eu a falar.Não me interrompa!"

Pois, não dá mesmo. Aliás os senhores estão sempre a perguntar (antes de falar) "ainda os transportes?", "ainda o Chiado?".

Ehehehe o senhor do PNR diz "eu falei menos uma vez por isso agora posso alargar-me" (em tom espertalhão!)). "Não pode, não! (em tom ameaçador!), diz a Fátinha


.... uhmmm não sei qual seria a solução mas, com certeza, não pode ser assim porque NINGUÉM SE ENTENDE ali no meio e eu (se calhar é apenas problema meu) não consigo ver nenhum deles dizer qualquer coisa com pés e cabeça. No meio desta confusão fica tudo meio-dito!

Hoje é o dia !




Todos os dias são "O" dia ideal.


O dia para ir a um lugar onde sempre se quis ir
O dia para ver aquele filme
O dia para reencontrar aquele amigo
O dia para se conhecer aquele desconhecido
O dia para jantar com a familia
O dia para se ir aquele restaurante
O dia para fazer uma supresa a alguém muito querido
O dia para se fazer a loucura que está há anos para ser feita
O dia para dizer disparates
O dia para rir, rir, rir sem parar
O dia para se mimar e se ser mimado
O dia para comprar aquele vestido que provavelmente nunca se vai usar
O dia para passar horas a fio a conversar com alguém
O dia para se sorrir
O dia para juntar os amigos em casa
O dia para aquele banho cheio de espuma
O dia para se ouvir aquela música
O dia para não ter pressas
O dia para amar alguém
O dia para se fugir sozinho para algum lugar esquecido
O dia para cozinhar aquela especialidade para alguém
O dia para se ficar a apanhar sol numa espalanada
O dia para se refugiar com alguém num lugar só de ambos
O dia para nos desafiarmos a nós mesmos
O dia para se fazer alguém realmente feliz
O dia para vaguear sem destino
O dia para comer aquele bolo de chocolate
O dia para andar a passear à chuva
O dia para se apaixonar
O dia para se ficar a ver correr o rio entre um gole e outro de chá
O dia para beijar aquela pessoa
O dia para pegar no carro e andar por ai
O dia para ficar a olhar horas e horas para um quadro, um poema ou uma fotografia
O dia para se partir sem saber se se volta
O dia para abrir o baú das recordações
O dia para fechar o baú das recordações
O dia para cometer a maior de todas as extravagâncias
O dia para se ficar a olhar para o infinito e descobrir a beleza que há apenas ali naquele agora

O dia para olhar para o mundo e perceber que a felicidade jamais será eterna. O dia para se perceber que não há nada mais estúpido do que pensar que o grande dia é sempre amanhã.É tão confortável poder olhar à volta e ver que cada dia pode ser em si mesmo "O" dia mais feliz, pelo menos até vir outro mais feliz que venha destronar este.

Sem cinismos. Há dias bons, há outros menos bons e há dias miseráveis. Mas estes últimos são apenas o nublado, são aquilo que muitas vezes descobrimos não valer as lágrimas que correm pela face abaixo; são aquilo que apenas serve para nos fazer ver toda a fraqueza que há dentro de nós; são aquilo que nos torna fortes e às vezes, sem querer, demasiado duros. Esses são aqueles dias que nos fazem perceber que todos os outros podem ser o dia mais feliz de sempre ou apenas o primeiro de muitos dias felizes.

Sem cobardias. Ultrapassa-se sempre tudo o que pode fazer-nos perder o sorriso. Umas vezes demora-se mais tempo. Outras vezes menos. Ás vezes a dor é insuportável e outras é tão tão grande que nos engole, mastiga e volta a deitar-nos cá para fora. Deixará para sempre a sua marca e as suas consequências podem até durar para sempre. Mas, a verdade é que fazer do mau bom é muito (mas mesmo muito) mais dificil do que deixar que esse mau nos torne piores pessoas. É tão mais fácil deixar-se levar do que lutar.... e é precisamente por isso que vencer essas pequenas lutas interiores é tão bom.

Sem demasiada inocência. É óbvio que não é tarefa fácil. Se existisse uma fórmula para se ser feliz não era necessário procurar a felicidade, bastava concretizar a dita cuja fórmula e puff acontecia. Por isso gosto tanto das pequenas alegrias quotidianas.

sábado, 7 de julho de 2007




Sueños
Diego Torres e Julieta Venegas

"Cuando la noche se acerca
hay algo en mi alma que vuelve a vibrar
con la luz de las estrella
sen mis sentimientos te vuelvo a encontrar

Quiero que me mires a los ojos
y que no preguntes nada más
quiero que esta noche sueltes
toda esa alegría que ya no puedes guardar.

Paso las horas fumando
oyendo en el viento la misma canción
porque el tiempo que vale
lo marca el latido de mi corazón

Quiero que me mires a los ojos
y que no preguntes nada más
quiero que esta noche sueltes toda esa alegría
que ya no puedes guardar

Deja que tus sueños sean olas que se van
libres como el viento en mitad del mar
creo que la vida es un tesoro sin igual
de los buenos tiempos siempre quiero más

Soy como el agua del río
y por el camino me dejo llevar
porque aprendí que la vida
por todo lo malo algo bueno te da


Quiero que me mires a los ojos
y que no preguntes nada mas
quiero que esta noche sueltes toda esa alegría
que ya no puedes guardar


Deja que tus sueños sean olas que se van
libres como el viento en mitad del mar
creo que la vida es un tesoro sin igual
de los buenos tiempos siempre quiero más.


Deja que tus sueños sean olas que se van...
creo que la vida es un tesoro sin igual
me dejo llevar..."





Listen for yourself. vale a pena perder uns minutos: http://www.youtube.com/watch?v=DC0UM4zcUDw

segunda-feira, 2 de julho de 2007

Ei-los :

Ontem, dado o adiantado da hora e dado o facto de o Tico (bêbado) e o Teco (ganzado) já estarem enroscados na ervilha furada (eis a pequena e breve descrição do que está por baixo destes cabelinhos loiros falsos ) não encontrei nada daquilo que queria. Por isso, eis aquilo a que me referia:


O Abismo Prateado deMagritte que me arrastou até ao CCB



O Vieira da Silva que tem um grande problema de moldura. O tal da moldura estampada. Imagine-se?!!?!?!?

O Celeiro da Paula Rego que me fez reconsiderar as minhas reticências à senhora



O Portrait of Jacqueline de Schnabel genialmente feito de cacos




O Interior with Restful Paintings [que nome parvo!!!] de Roy Lichtenstein que desconhecia





O Ten Foot Flowers [em azul!!!! ] do Warhol que maravilhou a minha alma

Tentações orientais

Se há alguma coisa no mundo que conforta o espírito, o corpo e o estômago é precisamente isto: o maravilhoso sushi. uhmmmmmmmmmmm. Mais importante que as tecnologias, os carros e os afins que vêm lá daquele longe oriente, são estes pedaços de paraíso com formas esquisitas. verdadeiras iguarias para todos os sentidos. Viva a globalização!

A colecção do senhor Berardo


A colecção do senhor Berardo (ou Bernardo, para algumas pessoas) é fixe.
Dispensava-se a fila de tugas à porta para entrar, uma fila que fazia um "L" atrio do CCB e outro "L" já dentro de portas. Dispensava-se andar a espreitar por cima das cabeças (o que no meu caso não é, de todo, tarefa fácil) para ver uma ou outra peça.
No entanto, confesso que fiquei impressionada com a quantidade de peças que o senhor da Madeira (e do Benfica, e da PT, e do BCP e do BPI e por aí fora) juntou, com a qualidade de algumas das obras, com a diversidade que ali está naquelas paredes e mais que tudo surpreendida com o bom gosto daquele espécie de homem cheio da massa e cheio de falta de quase tudo. Quer dizer..... acredito que há volta dele haja quem tenha bom gosto para usar o dinheiro dele.... Opiniões sobre o senhor à parte, gostei.
As estrelas da companhia têm o traço do Picasso, mas não é o mais impressionante. A zona da poparte e companhia está encantadora com os seus Warhol(s); o porta garrafas do Duchamp impressiona não por ter algo de especial, mas por aquilo que se lhe seguiu e pela assinatura do senhor mm ali à frente; o fabuloso Portrait of Jacqueline de Schnabel feito de peças de louça em pedaços; o Celeiro da Paula Rego que é, certamente, a primeira obra dela para a qual olho e gosto; os instantes captados pela câmara da Cindy Sherman; a poesia do Fernando Lemos em forma de fotografia; e claro o motivo da minha ida tão rápida lá: O Abismo Prateado do Magritte- que arrepio na espinha estar ali a meio metro. Acho, sobretudo, que é uma exposição com surpresas, pontuada de pequenos tesouros aqui e ali.
Há também o lado oposto: o não perceber o que raio alguns objectos, que ali conquistaram lugar, têm de arte, a falta de beleza de algumas das peças e há acima de tudo e mais qualquer coisa "um incrível problema de moldura". O que raio faz uma moldura de madeira com umas flores manhosas a emoldurar um Vieira da Silva ???????????????????????????????? onde é que ainda se usam pequenas molduras em tons de metal dourado à volta seja do que for? Pois....Mas, contas feitas a uma tarde quase inteira de sábado, acho que valeu a pena. Claro que a passagem pela Portugal Rural e a Tosta de Alheira com Beringela e Alecrim acompanhadas pela limonada com hortelã foram uma preciosa(e deliciosa!!) entrada para apreciar a coisa como deve de ser.