sexta-feira, 18 de maio de 2007

O beijo


Hoje (talvez pelo adiantado da hora ou pela disposição ou pela falta dela ou por um qualquer motivo óbvio de que eu obviamente não me recordo) deu-me para vaguear, para partir por aí e não parar senão em lugar algum, onde vive apenas ninguém e onde há somente nada. Gozando um vazio que por vezes é o único consolo da alma e outras o seu maior alivio.
E porque não alguns momentos bonitos em que se junta a beleza da imagem com a mais pura das definições?

Por todos os beijos que dei ao longo da vida, por todos os beijos que não devia ter dado e por todos os beijos que quis dar e não dei












"Um beijo. Afinal de contas, o que é um beijo?
Um juramento feito um pouco mais perto, uma promessa mais precisa, uma confissão que quer confirmar-se, uma letra cor-de-rosa que se põe no verbo amar.


É um segredo que substitui a boca pelo ouvido, um momento de infinito que faz um zumbido de abelha, uma comunhão com gosto de flor, uma maneira de se respirar, um pouco de coração e de se saborear, na ponta dos lábios a alma"


Esta foi a descrição mais bonita que ouvi. É assim que se sentem os beijos quando são de verdade. É assim que fazem sentido...quando são sentidos dessa forma. É essa inexistência de mundo e de tudo em que nada mais importe para além desse beijo. Era assim que deveriam ser todos os beijos. É assim, tão simplesmente assim.


( Imagens: Rubens Gerchman; Renée Magritte, Robert Doisneau, Renée Magritte e Gustav Klimt)